30 de dez. de 2011

"Documentário" (1966), de Rogério Sganzerla



Rogério Sganzerla foi um dos maiores cineastas brasileiros (e, pessoalmente, o meu favorito), idealizando o chamado "Cinema Marginal", juntamente com outros nomes de prestígio, como Andrea Tonacci (diretor do espectaular "Bang Bang") e Ozualdo Candeias (de "A Margem"). Realizador de obras como "O Bandido da Luz Vermelha", "Copacabana Mon Amour" e "Sem Essa, Aranha", Sganzerla infelizmente faleceu precocemente, em 2004, aos 58 anos, vítima de um tumor no cérebro. O cinema de Sganzerla sempre privilegiou uma espécie de estética da inquietude do subdesenvolvimento, de cunho iconoclasta e à frente de seu tempo. Ao mesmo tempo realizava ferrenhas críticas às mazelas sociais tupiniquins, exaltava uma espécie de retorno ao "espírito" brasileiro, mas um retorno antropofágico, nos moldes de um Oswald de Andrade (talvez a maior inspiração de Sganzerla, juntamente com Orson Welles). Era (na verdade, "é", pois, se o criador se vai, a arte fica) um cinema da sujeira e do caos urbano, da "boca do lixo", mas também da extrema experimentação com a linguagem cinematográfica. Um diretor que não só possuia o talento de fazer filmes, como também o desejo.

Falando um pouco mais do curta, "Documentário" foi seu primeiro trabalho atrás das câmeras, realizado em 1966, quando tinha apenas 20 anos (seu primeiro longa, "O Bandido...", seria realizado apenas dois anos depois, aos 22 - um garoto-prodígio, que veio a se tornar mestre). Narra, em 10 minutos, a tarde de dois jovens ociosos no centro de São Paulo, tentando decidir o que fazer ("Precisamos salvar a tarde. Mulher não dá pra pegar, beber cê não tem dinheiro"); falam sobre cinema, fumam, e a trilha sonora de barulho dos carros, que permeiam o cenário. Fica a promessa: "da próxima vez vou fazer tudo diferente".

Está disponível no you tube:

19 de dez. de 2011

O Artista, de Michel Hazanavicius



Um dos filmes mais elogiado da temporada, O Artista vem aparecendo com sucesso nas maiores premiações do momento e em listas de melhores do ano, tendo sido vencedor, por exemplo, do prêmio de Melhor Ator (para o extremamente elogiado Jean Dujardin) no Festival de Cannes. O elenco e o diretor (o francês Michel Hazanavicius) são, em sua maioria, desconhecidos, mas é um filme com uma proposta ousada: fazer um filme mudo (ou quase isso - não sei se o filme realmente não possui diálogos, mas certamente são raríssimos) em pleno século XXI (contando ainda com Preto & Branco e formato de tela 1.33, típico da época). Conta uma história que se passa em 1927, ou seja, período de transição do cinema mudo para o cinema falado, narrando as preocupações de um astro da época e seus envolvimentos amorosos. Certamente é algo que deve ser no mínimo muito curioso. Deve aportar nos cinemas brasileiros no começo do ano que em breve chegará.

Veja o trailer: http://www.youtube.com/watch?v=OK7pfLlsUQM

10 de dez. de 2011

Um Pouco Sobre Ryan Larkin



Ryan Larkin tem uma história curiosa: foi "pupilo" de Norman McLaren (curta-metragista experimental e um dos grandes nomes da animação mundial) na National Film Board of Canada, realizando seu primeiro curta em 1965, o ótimo Syrinx (sobre o qual falarei em parágrafos posteriores), quando tinha apenas 22 anos idade, concorrendo ao Oscar quatro anos mais tarde pela primeira vez, com o genial Walking. Em 72, fez inda mais um filme Street Musique, e que foi sua despedida. A partir daí, a carreira de Larkin entrou por água abaixo: largou a NFBC e rendeu-se ao vício do álcool e da cocaína, chegando até mesmo a viver como um sem-teto nas ruas de Montreal.



Em 2004, o outrora promissor animador foi resgatado, se tornando material para um curta-metragem dirigido por Chris Landreth que ganhou bastante repercursão ao vencer o Oscar de Melhor Animação. Todos aqui se apresentam como personagens desfigurados, fazendo quase um retrato da mente degenerada de Larkin. Ao invés de adotar um tom sentimentalista ou sensacionalista, Landreth opta por um caminho menos convencional e previsível (algo que me parece ser típico do cineasta, pelo que pude ver em seus trabalhos anteriores) para se fazer uma biografia, sendo uma obra extremamente criativa e visualmente forte, mas nunca renegando o conteúdo. Um filme que certamente receberia o selo de aprovação por parte de Ryan Larkin.

Quanto à filmografia de Larkin, pude conferir dois de seus curtas, como afirmei no primeiro parágrafo. O primeiro deles, Syrinx, tem seu ponto de partida na mitologia grega; Syrinx representa uma ninfa conhecida pela sua castidade, desejada pelo Deus Grego Pã, e todo o restante da história podemos acompanhar através de imagens inicialmente abstratas, mas que após algum tempo acabam por ganhar formas, em uma atmosfera onírica reforçada pela música de Claude Debussy. O outro, Walking, tem uma idéia simples, mas uma execução que impressiona. Na época, Larkin foi taxado de o "George Harrison ou o Frank Zappa da Animação", o que não me surpreende tanto, já que Walking carrega bastante a psicodelia do período, realçada pela ótima trilha sonora, mostrando os corpos dos personagens em constantes transformações (assim como a própria época em que foi feito), seja em tamanho ou em cores (o próprio "protagonista" tem rosto e corpo indefinidos, em constante mudança).

"Syrinx" (1966) http://www.youtube.com/watch?v=s-rTuq6O9SM

"Walking" (1968) http://www.youtube.com/watch?v=KpE_ETl0S58

5 de dez. de 2011

"O Homem que Não Amava as Mulheres", de David Fincher



Este é o novo trabalho do cineasta David Fincher, mais conhecido pela autoria de filmes como Clube da Luta e A Rede Social. Baseado num dos livros que compõe a trilogia "Millenium", do escritor sueco Stieg Larsson, "The Girl with teh Dragon Tattoo" (que inclusive já recebeu uma versão cinematográfica, também sueca, chamada "O Homem que Não Amava as Mulheres", mas bom ressaltar que o filme de Fincher é uma nova adaptação, não uma refilmagem), e conta a história do súbito desaparecimento de uma herdeira, nunca resolvido pelas autoridades investigativas, mas chama a atenção de um jornalista (vivido por Daniel Craig, o atual James Bond), que resolve investigar a situação por conta própria.

Fincher já se arriscou no passado com o cinema de gênero (no caso, o filme policial) e isso rendeu o brilhante "Zodíaco". É de se esperar que "O Homem que Não Amava as Mulheres" esteja no mesmo nível. O excelente trailer pode ser visto logo abaixo (e, na trilha, conta com uma versão muito boa pra "Immigrant Song", do Led Zeppelin, feita pelo Trent Reznor - o homem por trás do projeto Nine Inch Nails, e que realizou a ótima trilha do A Rede Social - e a Karen O, vocalista da banda de indie rock Yeah Yeah Yeahs) e o filme tem previsão de estreia para o fim de janeiro de 2012, no Brasil.

28 de nov. de 2011

"Um Método Perigoso", de David Cronenberg



"Um Método Perigoso" é o novo filme do genial cineasta David Cronenberg, o criador de filmes como "Videodrome" e "A Mosca". Exibido, e bastante elogiado, no último Festival de Veneza, o filme é baseado na peça The Talking Cure, de Christopher Hamptom, e narra a relação de Sigmund Freud (interpretado aqui pelo Viggo Mortensen, parceiro habitual de Cronenberg), pai da Psicanálise, com seu discípulo (e futuro dissidente do movimento) Carl Jung (o também excelente Michael Fassbender) e Sabina Spielrein (Keira Knightley), uma das primeiras a frequentar os divãs dos psicanalistas (e ela mesma, futura exerçora da profissão) e que, por sinal, se tornou amante de Jung. Cronenberg sempre foi dos grandes cineastas a explorar o corpo e hábitos sexuais perversos, temas extremamente caros à ciência fundada por Freud, e é pra se aguardar ansiosamente o que o cineasta fará com uma temática que aborda diretamente uma teoria que parece ter tido grande influência em sua obra. O filme estreia dia 23 deste mês nos Estados Unidos, e, no Brasil, está marcado para 12 de fevereiro do ano que vem.

Trailer pode ser visto aqui:

18 de nov. de 2011

Di Cavalcanti Di Glauber (1977), de Glauber Rocha



Talvez no meio tempo da elaboração de algum de seus projetos malucos (e excelentes), Glauber Rocha decidiu dar uma passada no funeral de seu amigo Di Cavalcanti, artista plástico vanguardista. Com essa ideia na cabeça, e sua boa e velha câmera na mão, Glauber documentou o evento. O registro aqui feito, como é de se esperar de um cineasta da desestrutura (aquele que fez Terra em Transe e A Idade da Terra), não é formal (e há quem quem julgue desrespeitoso - gerou processos por parte da família Cavalcanti - mas acredito que Di, transgressor, controverso e bem-humorado que era, consideraria uma honrada homenagem): é fragmentado, metalinguístico, recheado com poesia, pinturas e, sem dúvida no momento mais polêmico, até música do Jorge Ben. A atitude de Glauber é questionável, mas não tem como não se calar diante de tão grande cinema.

Está disponível no youtube, em duas partes:

1ª parte

2ª parte

14 de nov. de 2011

Eu Receberia as Piores Notícias de seus Lindos Lábios, de Beto Brant e Renato Ciasca



Beto Brant é um dos cineastas brasileiros mais interessantes da atualidade (autor de Crime Delicado e O Invasor) e tem novo filme, mais uma vez uma colaboração com Renato Ciasca (parceiro atrás das câmeras de Brant em "Cão sem Dono"). Baseado em livro de Marçal Aquino (que também escreveu o roteiro e já é um colaborador eventual de Brant - escrevendo, também, os três primeiros filmes do cineasta), "Eu Receberia as Piores Notícias de seus Lindos Lábios" acompanha um turbulento triângulo amoroso, ambientado nos terrenos da Amazonia. O filme conta com Camila Pitanga no elenco e recebeu muitos elogios por parte da crítica ao ser exibido na 35ª Mostra de Cinema de São Paulo.

Confira o trailer:

9 de nov. de 2011

The Great Train Robbery (1903), de Edwin S. Porter



Uma bela surpresa esse filme de 10 minutos feito já há mais de 100 anos dirigido por Edwin S. Porter e que é não apenas um dos mais famosos exemplos de bom cinema feito na época em que a 7ª arte ainda engatinhava e um dos primeiros filmes de narrativas ficcionais, como também é o primeiro grande western que se tem notícia (ainda representando a idealização norte-americana do "bem" vencendo o "mal") e dos primeiros a se utilizar de técnicas mais aprimoradas de montagem e movimentação da câmera. A estória é simples e o título já resume muito bem sobre o que The Great Train Robbery é. O melhor de tudo é que a narração segue uma linha extremamente ágil, seca, direta ao ponto, sem nenhuma frescura (além de ser uma estória trágica e violenta e realista, especialmente para os padrões da época). A cena final, no tireoteio, é, aliás, excelente, com um uso realmente perfeito da trilha. O curta está disponível no you tube:

8 de nov. de 2011

Um estranho no ninho...

Não, não vou falar do filme de Milos Forman, mas vou apresentar um curta um tanto fora dos padrões dos que são produzidos pela Filmes Z. (Aproveito para pedir desculpas por não apresentar Os PRECEITOS Z conforme prometi na ultima postagem. Estou ainda no longo processo de criação do texto da estética Z preceitual) Este curta foi feito em parceira com outra equipe e teve um proposito expositivo na qual não vou me deter em explicar aqui, saibamos que certamente se trata de política... Enfim. Não sei se o curta vai permanecer para sempre como trabalho da Filmes Z. Vai ficar no nosso canal oficial pelo menos o necessário estipulado... talvez continue mais, não sei ainda... Pensaremos nisso depois. O que eu queria ressaltar nesse curta é a qualidade de imagem. Primeiro curta da Filmes Z em HD. E o convite de ultima hora de fazer um trabalho já estruturado, um verdadeiro desafio, vencido a duras penas. O resultado está aí e, no geral, foi muito bom trabalhar com equipamentos melhores e com a parceria de outras equipes. Espero que todos apreciem a obra, encham os olhos com a bela fotografia - no caso de não gostarem da história - e aguardem os próximos trabalhos com cada vez mais qualidade.

7 de nov. de 2011

Novidades do Cinema: Drive, de Nicolas Winding Refn



Vencedor do prêmio de Melhor Diretor no último Festival de Cannes, Drive, de Nicolas Winding Refn, é um thriller que conta estória de um dublê de filmes de ação de Hollywood que, à noite, trabalha como motorista de aluguel na realização de crimes. Refn, ano passado, já havia realizado um belo e intenso filme, Valhalla Rising, mas é com Drive que recebeu total reconhecimento da crítica especializada, sendo, sem dúvidas, dos filmes mais comentados da temporada. Recebeu comparações com o cinema de William Friedkin e Sam Peckinpah, e o diretor ainda afirma que Drive seria uma espécie de tributo ao cineasta Alejandro Jorodowski. O elenco é encabeçado pelo excelente e muito elogiado Ryan Gosling, bem como Albert Brooks, Bryan Cranston (protagonista da série de TV Breaking Bad) e Carrey Mulligan. O filme estreou em setembro nos Estados Unidos e, no Brasil, está marcado para o começo de Janeiro. Assista o trailer:

3 de nov. de 2011

Resultado da Promoção - Romeu e Julieta.

Obrigado a todos que participaram! Quem se inscreveu e não ganhou, fique atento que em breve terá novas promoções no blog e estarão imperdíveis!

Então vamos ao resultado...


Foram 74 inscritos.


 E o número sorteado foi...




Parabéns, Renata!

A ganhadora tem 48 horas para responder o e-mail que enviamos!

1 de nov. de 2011

Inocência perdida

E outro dia, no projeto onde eu trabalho dando aulas de teatro, estava testando um equipamento de video. Camera, refletor e rebatedor. Estava diante de algumas alunas minhas, então, veio a idéia de fazer um vídeo improvisado Olhei ao redor e inventei uma história um tanto macabra... Orientei duas atrizes, selecionei outras para fazerem parte da equipe e o resultado vocês conferem no vídeo acima. Abraço a todos...

31 de out. de 2011

Novidades do Cinema: Carnage, de Roman Polanski



Ovacionado no último Festival de Veneza, Carnage é o novo filme do polêmico cineasta Roman Polanski, primeiro dele após o excelente "O Escritor Fantasma". É baseado numa peça aclamada de uma dramaturga francesa (chamada Yasmina Reza), e tem como pano de fundo uma trama envolvendo a discussão entre dois grupos de pais (vividos por um elenco de peso: Christoph Waltz e Kate Winslet, John C. Reilly e Jodie Foster) que se reunem devido a uma briga entre seus respectivos filhos em um playground. Pelo trailer, Carnage parece que seguirá o tom sarcástico, sardônico e de grande tensão que são fortes características da carreira de Polanski. Nos Estados Unidos, o filme estreia próximo mês, e no Brasil deverá chegar no começo de 2012.

Assista o trailer

27 de out. de 2011

Invocation of My Demon Brother (1969), de Kenneth Anger



Kenneth Anger é um curta-metragista experimental (trabalhando apenas com filmes de duração reduzida) que ficou conhecido dentro do underground norte-americano, com trabalhos como Scorpio Rising (que foca nas relações entre gangues de motocicleta - que também aparecem no curta aqui comentado, mas apenas de relance), acabando por ser uma expressiva influência dentro da Nova Onde de cinema americano surgido nos anos 70, esta representada por nomes como Martin Scorsese e Francis Ford Coppola.

"Invocation of My Demon Brother", com 10 minutos de duração e realizado em 1969, explora os temas de obsessão e muito recorrentes na obra de Anger, como o ocultismo, homoerotismo e toques de psicodelia, além dos inúmeros simbolismos apresentados no decorrer da ação e experimentos com a relação entre a imagem e o som (este, aqui, feito pelo rolling stone Mick Jagger), sendo a trilha sonora em seus trabalhos sempre uma peça fundamental. O assunto de "Invocartion..." é vago, mas cenas indicam que estamos presenciando uma espécie de ritual satânico (que contém, ainda, uma bandeira nazista), apresentado a nós com sobreposição de imagens bem como aceleramento delas, técnicas que casam com perfeição com o material tratado: eleva a sensação de estarmos lidando com o incerto, uma matéria inalcançável e que nos escapa colidindo com outras imagens (e o que as une muitas vezes também nos parece distante), às vezes apenas rápidos flashes. Como se não bastasse tudo isso, "Invocation of My Demon Brother" conta com uma participação macabra: a atuação de Bobby Beausoleil (que fez a trilha de um dos mais famosos médias de Anger, Lucifer Rising), um dos membros da Manson Family.

O curta pode ser visto aqui: http://www.youtube.com/watch?v=vBR8b6pCrXA

17 de out. de 2011

Novidades do Cinema: Twixt, de Francis Ford Coppola



Após um período de franco ostracismo e, segundo muitos pensavam, decadência artística irrecuperável, Francis Ford Coppola, nos anos 2000, resolveu juntar o dinheiro que lucrou com suas luxuosas vinículas e decidiu, acreditem, voltar a realizar grandes filmes. "Velha Juventude", de 2007, que iniciou tal retorno, é, na verdade, bastante problemático, mas prepara terreno para "Tetro", que estreou nos cinemas brasileiros ano passado, e é espetacular o suficiente para que sejam estabelecidas grandes expectativas para qualquer novo trabalho de Coppola. Este novo trabalho já tem nome: Twixt, que conta com Val Kilmer e Elle Fanning, além de Ben Chaplin interpretando o escritor Edgar Allan Poe, no elenco.

Coppola que nunca foi interessado em representar a imagem pelos meios mais convencionais, trabalhou para algumas cenas com 3D e, pelo trailer, disponível logo abaixo, se utilizatambém do Preto & Branco e uma narrativa que mistura sonho com realidade. Narra a história de um escritor especializado em livros de terror, que chega em uma pequena cidade para divulgar seu novo trabalho. Lá é informado a respeito do assassinato de uma garota, o que acaba por lhe atormentar.

Twixt foi exibido no Festival de Toronto em setembro, e no Brasil infelizmente ainda não possui previsão de estreia.

14 de out. de 2011

35ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo


Olá queridos mortais, eu trarei para vocês todas as sextas as novidades dos festivais de cinema e audiovisual que estão rolando. E para abrir esta coluna começarei com a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo que este ano está na sua 35ª edição.

A mostra

A mostra acontecerá de 21 de outubro a 3 de novembro na capital paulista e trará aos cinéfilos cerca de 250 filmes dos mais variados países e cinematografias. Serão 22 salas de exibição entre cinemas, museus e centros culturais espalhados por toda a cidade.

Títulos confirmados

· O AMOR NÃO TEM FIM (Late Bloomers), de Julie Gavras (A culpa é do Fidel).
· HABEMUS PAPAM, de Nanni Moretti (Caro diário e O quarto do Filho).
· O FUTURO (The Future), de Miranda July (Eu, você e todos nós).
· A ILUSÃO CÔMICA (L'Illusion Comique), de Mathieu Amalric.
· LOW LIFE, de Nicholas Klotz e Elisabeth Perceval.
· COMEÇAR SEU PRÓPRIO PAÍS (How To Start Your Own Country), de Jody Shapiro (produtor de A Música Mais Triste do Mundo, de 2003).
· AS NEVES DO KILIMANJARO (The Snows of Kilimanjaro) , de Robert Guédiguian.
· ERA UMA VEZ NA ANATOLIA (Once Upon a Time In Anatolia), de Nuri Bilge Ceylan, que ganhou o Grande Prêmio do Júri no Festival de Cannes 2011.
· OS CONTOS DA NOITE (Les Contes De La Nuit), de Michel Ocelot (mesmo diretor de Príncipes e Princesas, 2000, e As Aventuras de Azur e Asmar, 2006).
· CAVERNA DOS SONHOS ESQUECIDOS (Cave Of Forgotten Dreams), documentário em 3D de Werner Herzog.
· SLEEPLESS NIGHT STORIES, de Jonas Mekas (A Letter from Greenpoint).
· PATER, o novo filme de Alain Cavalier (Irène).
· CISNE, da portuguesa Teresa Villaverde (Os Mutantes).
· MUNDO MISTERIOSO, de Rodrigo Moreno;.
· SORELLE MAI, de Marco Bellocchio (Vincere).


Os brasileiros

Documentários:

· CANÇÕES, de Eduardo Coutinho.
· CONSTRUÇÃO, de Carolina Sá.
· VOU RIFAR MEU CORAÇÃO, de Ana Rieper.
· MARIGHELLA de lsa Grinspum Ferraz.
· VAI-VAI 80 ANOS NAS RUAS, de Fernando Capuano.

Ficções:

· O CÉU SOBRE OS OMBROS, de Sérgio Borges.
· OLHE PRA MIM DE NOVO, de Kiko Goifman e Claudia Priscilla.
· O PALHAÇO, de Selton Mello.
· TEUS OLHOS MEUS, primeiro longa de Caio Sóh.

Focada na diversidade cinematográfica e na revelação de novos talentos, a Mostra traz ao público uma seleção da produção cinematográfica mundial com cerca de 250 títulos divididos entre as seções Perspectiva Internacional, Competição Novos Diretores, com exibição de filmes de cineastas que tenham realizado no máximo seu segundo longa-metragem, Mostra Brasil, retrospectivas, homenagens e exibições especiais.

Mais informações da Mostra clique aqui.


Nota de Luto:

Morreu na tarde desta sexta-feira (14), aos 63 anos, o crítico de cinema Leon Cakoff. Idealizador da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, tinha câncer e estava internado há duas semanas no Hospital São José, em São Paulo. O corpo será velado no MIS (Museu da Imagem e do Som) nesta tarde e cremado no sábado no Memorial Parque Paulista.
Leon Chadarevian (seu nome verdadeiro), nasceu na Síria, em 12 de junho de 1948. Ele veio para o Brasil com a família aos oito anos e formou-se pela Escola de Sociologia e Política de São Paulo. Por problemas com o regime militar, adotou o pseudônimo Cakoff.

13 de out. de 2011

Elephant (1989), de Alan Clarke



Muitas vezes, elogia-se um filme por ele "passar voando". Não é incomum, por exemplo,ao término da exibição de um filme, uma pessoa, em tom elogioso, afirmar algo como "ah, nem senti o tempo passar!". A questão é: por que um filme de qualidade teria que desligar-nos do tempo? Por que não o contrário? Elephant, média-metragem de Alan Clarke, faz o contrário. Sua estrutura é rídiga: dividi-se em espécies de "episódios", sempre apresentando a mesma situação; há elementos fixos: a abundância de planos-sequencia, o realce de certos sons (os passos, o barulho do trânsito, e os tiros). Não é o filme do qual diríamos "nem senti o tempo passar", mas aquele do "pensava que não ia acabar nunca". Isto, aqui, não pode ser visto em sentido negativo. Se é dito, em geral, para aqueles filmes em que nos transformam em pacientes crônicos de déficit de atenção, o caso de Elephant, por outro lado é especial: está ligado ao fato de ser uma obra que toca diretamente em emoções desagradáveis, pela situação a que nos expõe incessantemente, assassinatos "aleatórios" e brutais. O que nos choca não apenas por serem atos que causam, já naturalmente, sensações extremas, mas porque Alan Calrke força o espectador a um confronto direto com o objeto observado: as ações da narrativa não apresentam contexto algum, logo não se pode vir a delinear uma trama, muito menos seus "personagens" (entre aspas pois não são envoltos por qualquer arco dramático - não possuem nomes, ou histórias). Não há pontos de referência em Elephant. Comete a covardia de deixar o espectador sem algo para se agarrar, em contato bruto e direto com a imagem. Logo de início, a impressão que se dá é que este média de 40 minutos se estenderá em uma espécie de loop infiinito, daí a sensação de "não acabar nunca". Em Elephant, não há começo, meio ou fim; é, na verdade, uma sucessão de "variações sobre um mesmo tema". Variações que, sim, existem: se há os elementos fixos já ressaltados, de "episódio" para "episódio", há mudanças que, se observadas, podem desestruturar o olhar perante o material filmado, que, num filme como Elephant, é fácil de se se tornar viciado, devido a uma estrutura que segue um fluxo aparentemente imutável. Falo de momentos como aqueles em que a câmera acompanha dois rapazes,que, seguindo a lógica das sequencias anteriores, seriam os assassinos, mas revelam-se vítimas; ou um outro, em que seguimos uma pessoa em um estacionamento, abruptamente abandonada do foco, com a ação depois transcorendo com outros dois personagens que até então não haviam aparecido. Um soco no estômago.

O filme está disponível no youtube em cinco partes. A primeira:

Onde os fracos não têm vez

Venho hoje indicar um filme dos irmãos Coen. Onde os fracos não têm vez (No country for old men - EUA - 2007 - Direção Ethan Coen e Joel Coen. Com: Tommy Lee Jones, Javier Barden e Josh Brolin) A melhor obra desses dois grandes cineastas. Não gosto de fazer nenhuma consulta para falar da sinopse desse filme. Gosto mais da minha impressão simples e direta. Um homem acha uma mala de dinheiro oriunda de um tiroteio entre traficantes e logo se vê perseguido por um psicopata e uma orda de traficantes mexicanos. O psicopata interpretado por Javier Barden definitivamente já entrou para a galeria de grandes vilões da história do cinema. Um policial (Jones) busca resolver o caso do tiroteio - uma chacina na verdade - e segue um caminho tortuoso e sem maiores explicações. Amigos que assistiram a esse filme não gostaram do caminho que ele segue, seu desfecho por demais cruel. Para mim o ponto forte da obra. Este filme apenas relata a história de um homem obcecado por uma violência que não consegue combater ou compreender. Um reflexo cruel e verdadeiro da índole dos seres humanos de uma maneira direta, sem maiores rodeios filosóficos.
Postado por Jorge Alves.

5 de out. de 2011

Window Water Baby Moving (1962, de Stan Brakhage)


Part 1


Part 2



Stan Brakhage talvez seja o nome mais influente do cenário do cinema de vanguarda. Diretor de inúmeros curtas e alguns longas, Brakhage experimentou com diversos mecanismos da linguagem cinematográfica, realizando, por exemplo, filmes abstratos com uma animação feita na própria película (os "hand painted films"). "Window Water Baby Mobing" se encaixa na categoria dos filmes live action do cineasta, sendo uma obra muito característica sua e das mais emocionantes. Neste curta, acompanhamos a filmagem do parto da esposa de Stan, Jane, que dá luz à primeira filha do casal, Myrrena. É um curta que contém tanto momentos explícitos e de choque (como o close na genitália de Jane no momento do nascimento) como outros singelos e extremamente comoventes, como o close na face de Stan ao ver pela primeira vez sua filha. Tudo isto representado em uma narrativa que, não sendo composta por cenas bem definidas, ou uma estrutura linear e reconhecível, é mais formada por flashes, imagens (e imagens apenas - o filme não possui qualquer registro sonoro) que às vezes podem parecer desconexas. É que Brakhage, mesmo filmando um acontecimento real, não tem interesse em realizar um documentário, ou um registro concreto. As imagens de "Window Water...", na verdade, parecem extraídas da memória, pertencentes a uma temporalidade não reconhecida pelo espectador; os flashes de objetos, cenários, mostrados sob rápidos cortes, parecem denotar um fluxo constante de consciência ou mesmo traços mnemônicos de uma experiência inconsciente. Não é um registro lógico, é um registro de emoções; confuso, agoniado, um retrato subjetivo. O cinema experimental pode parecer duro e impenetrável, mas filmes como os de Stan Brakhage, em especial "Window Water Baby Moving", fornecem uma experiência sensória única, um grande estímulo à nossa percepção e às nossas mais profundas emoções.

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A árvore da vida

Sei que uma das minhas postagens aqui deve ser sobre filmes grandiosos do passado, mas essa semana eu vou falar de um filme novo - pra mim um cult movie já pronto. A árvore da vida (The tree of life 2011 - Direção de Terrence Malick - com: Brad Pitt, Sean Penn, Jessica Chastain) um filme poético, intimista, repleto de paisagens idílicas bem ao estilo de Malick e sua maneira peculiar de fazer cinema. Eu me tornei fã de Malick desde Além da linha vermelha (The thin red line 1998 - Direção Terrence Malick - com: Sean Penn, James Caviezel, Ben Chaplin, Nick Nolte...) sua obra depois de muitos anos de reclusão que dividiu a crítica e que foi indicado a 7 oscars. Depois não parei mais. Vi Dias no paraíso, Novo mundo e agora este ultimo, A árvore da vida. Apesar de ter mais de quarenta anos de cinema, Malick tem apenas 6 filmes feitos. É famoso por ser averso a mídia e recluso. Nesta ultima obra ele atingiu o supra sumo do lirismo. Malick praticamente abandonou a linearidade e nos deu uma obra profunda e rica em interpretações. Através da relação pai e filho, Malick explora os caminhos e a razões da vida na dualidade graça e natureza. É dificil escrever uma sinopse sobre este ultimo trabalho de Malick, as imagens falam de uma maneira mais livre que as palavras. Há um momento sobre a origem da vida que nos leva às lágrimas. Arrebatedor! Uma obra transcendental que me leva a muitas questões, mas a apenas uma dúvida: como Malick consegue orçamento para fazer filmes que praticamente só agradam a ele mesmo e a mim? (Risos) Abraços a todos.

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30 de set. de 2011

A bruxa de Blair e toda a sua inspiração

Hoje virou moda fazer filmes do ponto de vista de câmeras manuseadas pelos protagonistas, encontradas depois de um massacre ou desparecimento de alguns jovens desavisados que se aventuraram por onde não deviam. Os chamados found footage, ou seja, filmes feitos a partir dessas supostas imagens reveladoras. O que algumas pessoas ignoram é que isso começou com o genial Bruxa de Blair  (Blair witch projet - 1999 - dirigido por:  Daniel Myrick e Eduardo Sanchez; com Heather Donahue, Michael C. Williams e Joshua Leonard) Algum cinéfilo mais exaltado pode reclamar tal modelo pertencente ao nauseante e assustador Holocausto canibal de 1980 ou ainda a Estranhas criaturas e A ultima transmissão, ambos de 1998, mas não os considero tão marcantes e bem sucedidos quanto A bruxa de Blair - bem, talvez aqui entrem questões de opinião pessoal, mas ninguém pode negar o sucesso deste ultimo filme e a fonte de inspiração que gerou. A bruxa de Blair se inicia com a seguinte mensagem "Em outubro de 1994, três estudantes entraram nas florestas de Burkittsville, Maryland, Estados Unidos, para filmar um documentário sobre uma bruxa. Jamais foram vistos novamente. Um ano depois, as imagens foram encontradas". Alegado como sendo um documentário (pois foi filmado com esse intuito), o filme mostra os angustiantes e últimos cinco dias de Heather Donahue, Joshua Leonard e Michael Williams perdidos nas florestas de Burkittsville após entrevistar moradores do local, eles encontram e ouvem na floresta coisas estranhas, como gritos, choro de crianças, inexplicáveis pilhas de pedras e galhos amarrados em árvore. Quem não viu, veja por favor. Tivemos inúmeras produções semelhantes. Inclusive alguns excelentes como Atividade paranormal, The Poughkeepsie tapes, Rec, Cloverfield - monstro, O túnel e outros que vi recentemente seguindo a mesma linha. O interessante nesse tipo de trabalho é a sensação de realidade trazida para os expectadores. Ainda assim é possível que as produções descuidadas e sem criatividade cansem essa abordagem cinematográfica.
Tudo em Hollywood está se repetindo ad infinitum. Todavia, o que é bom ainda está ai e eu aconselho que assistam esses excelentes filmes... Mas por favor, não deixem de ver A bruxa de Blair e serem testemunhas do que um pouco de dinheiro e bastante talento são capazes de gerar. Abraço a todos.

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28 de set. de 2011

Curta da Semana: Darkness/Light/Darkness, de Jan Svankmajer

Jan Svankmajer é um cineasta tcheco, um dos grandes mestres da animação e da técnica stop motion, sendo o diretor de 7 longas-metragens e diversos curtas, estes realizados desde os anos 60. "Darkness/Light/Darkness", curta de 1989, é dos seus trabalhos mais prestigiados, contendo as principais características que fizeram sua (relativa) fama: a situação absurda, com os dois pés no surrealismo, a visão do lado grotesco do ser humano, além de um humor sardônico. Aqui acompanhamos a construção anatômica de um homem, nos sendo apresentado sua formação partes por partes: as mãos, os pés, a cabeça, o cérebro. Se relaciona com o espectador por meio de sentimentos díspares: assusta ao mesmo tempo que nos faz rir; desconforta, mesmo que não consigamos deixar de assistir. O clímax do curta oferece um resumo da visão de homem de Svankmajer: ao contrário do Homem Vitruviano de Da Vinci, perfeito e completo, o do cineasta tcheco é alguém preso, em situação de perpétuo desconforto, sem ação perante sua própria existência.
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22 de set. de 2011

Promoção - Romeu e Julieta





A promoção chegou ao fim e amanhã divulgaremos os vencedores! Aguardem! =D



 Prêmios:
DVD: Romeu + Julieta
Livro: Romeu e Julieta


 Sobre os prêmios.

DVD Romeu + Julieta


A bela e pouco convencional adaptação de Baz Luhrmann para a clássica história de amor de William Shakspeare está abençoada. Leonardo Di Caprio e Claire Danes retratam Romeu e Julieta, os jovens predestinados amantes do passado. Mas a colocação foi tranportada de suas origens Elizabethanas para a futurista e agitada cidade de Verona Beach.

Livro Romeu e Julieta


O amor apresenta-se à vida de Romeu e Julieta de modo traiçoeiro: amobos apaixonam-se instantaneamente, em uma festa - baile de máscaras -, desconhecendo a identidade um do outro. Ele é filho dos Montéquio, e ela, dos Capuleto, duas das mais poderosas famílias de Verona, inimigas entre si. Desobedecendo às restrições familiares e políticas, eles vivem a sua paixão explosiva e desesperançada, naquela que se tornou a mais famosa história de amor da literatura ocidental, além de uma das mais populares tragédias shakesperianas. 

William Shakespeare ( 1564 -1616) nasceu e morreu em Stratford, Inglaterra. Filho de um rico comerciante, desde cedo escrevia poemas, até consagrar-se como um dos mais destejados dramaturgos de seu tempo.  

20 de set. de 2011

Trainspotting

E hoje vou indicar um cult movie que está na minha lista particular dos vinte melhores. Trainspotting (Trainspotting - UK - 1996 - Direção: Danny Boyle - Com: Ewan Mcgregor, Jonny Lee Miller, Robert Carlyle, Ewem Bremmer, Kelly Macdonald) é uma viagem ao submundo das drogas e da loucura decadente dos jovens frustrados da periferia do Reino Unido. Este filme não aborda apenas a relação dos jovens com as drogas, mas também o modo de vida de alguns sujeitos numa sociedade que oferece poucas possibilidades de satisfação. Ou se leva uma vida igual de trabalhador ou se assume a marginalidade. A sociedade parece não querer conviver com as vastas e nem sempre usuais possibilidades dos individuos, embora em determinado momento o personagem de Mcgregor fale de sua mãe sendo uma drogada aceita pela sociedade, já que só consome drogas legais compradas na farmácia. Nossos protagonistas são aqueles que não vão pelo caminho comum e se aventuram por uma vida louca de orgias, drogas, violência e pseudofilosofias. Trainspotting é um filme corajoso, o trabalho perfeito de Boyle, celebrado por todos pelo Quem quer ser um milionário. Esta é uma obra que não hesita em meter o dedo na ferida e escancarar os armários povoados de esqueletos da nossa sociedade. Fica a dica, abraço.

13 de set. de 2011

Economicamente viável


Na viagem técnica à Guaramiranga, para o XVIII Festival Nordestino de Teatro, a Filmes Z, devidamente equipada, preparou um curta para fazer na cidade serrana cearense. Peguei um velho roteiro do fundo do nosso baú, recheado de roteiros e projetos inéditos. Busquei um simples, que não gastasse muito, e colocamos a mão na massa. Não foi uma produção grande como outras que virão, mas ainda assim um trabalho interessante e prazeiroso de fazer. Em dois dias produzimos essa pequena pérola underground de comédia... Espero que vocês apreciem... E vem mais por aí, galera, agora em HD. Então, mais uma vez, espero que apreciem este trabalho. Ah, e gostando, por favor não esqueçam de postar nas páginas do facebook, orkut, ou mandar o link pelo twitter. Abraço a todos

7 de set. de 2011

As quatro fases da embriaguez

E eis que aqui estou com a imensa satisfação em apresentar um novo curta. As quatro faces da embriaguez. Um curta sobre os efeitos da bebedeira. Eu me senti muito contente em fazer esta comédia, gravar uma externa depois de tanto tempo - e claro, ter que superar as dificuldades que isso acarreta. Como em qualquer outro trabalho que realizei antes, depois de ver o curta pronto, percebo que poderia ter melhorado algumas coisas, mas paciência, tudo faz parte do caminho do aprendizado. Acredito que com a ajuda dos membros e de vocês que prestigiam nosso blog a Filmes Z vai longe. Ah, e logo, logo tem um curta novo chegando. Obrigado, e fiquem com As quatro fases da embriaguez... Sabe que tá me dando uma vontade de tomar uma cervejinha...

30 de ago. de 2011

A walking in life

E é com grande prazer que venho lhes apresentar o novo curta da Filmes Z: A walking in life. Um curta poético sobre o cotidiano da vida. Este trabalhou levou seis meses para ficar pronto. Apesar de ser um curta metragem de pouco mais de seis minutos, foram feitas cinco horas de filmagens. O trabalho de edição foi uma tarefa hercúlea. Seu formato exótico de video - um tanto quadrado ao invés do conhecido retângulo - nos remete a uma janela por onde observamos a vida. Não há uma linearidade no curta ou nas imagens, embora haja relações discretas entre alguns quadros, e desvendá-los pode ser uma tarefa divertida. A walking in life, (Um passeio pela vida) é um trabalho singelo e poético que tenta nos conduzir à beleza do cotidiano de um dia comum. Cabe aos expectadores outras conclusões. Até o próximo curta... Uma excelente comédia que já está na linha de edição.

23 de ago. de 2011

Requiem para um sonho

Devido a outras ocupações profissionais estive ausente e sem publicar nada por aqui... Mas aqui estou eu de volta, para mais uma dica de filme. Este é o maravilhoso Requiem para um sonho. (Requiem for a dream - EUA - 2000 Direção de Darrem Aronofsky) Uma incrível e profunda viagem ao mundo das drogas. Apesar do tema recorrente das drogas no cinema, esse filme propõe uma visão muito interessante das drogas e suas obsessões.

22 de ago. de 2011

Joias do cinema mudo ainda estão ocultas em coleções e arquivos

Sessão do Festival Internacional do Filme Mudo

Não há muito mais para se ver, em termos de filme mudo – diziam os céticos quando foi criado em Bonn o festival dedicado ao gênero. O sucesso do evento prova o contrário. E novos tesouros continuam aparecendo.

O sucesso do Festival Internacional do Filme Mudo, que se encerra neste domingo (21/08) em Bonn, surpreende até mesmo as expectativas mais otimistas. Nem o sol nem a chuva mantêm longe os fãs dos primórdios da arte cinematográfica. Quem chega atrasado, tem que assistir a sessão do lado de fora do pátio em arcadas da venerável Universidade de Bonn – um local de exibição pouco usual, no centro da cidade renana. A afluência do público prova, sem sombra de dúvida, que há muito o cinema mudo deixou de ser exclusividade de especialistas.

Por outro lado, deve-se justamente aos especialistas a possibilidade assistir hoje essas obras-primas precoces, quase um século após sua criação. Sobretudo porque sua restauração é extremamente trabalhosa e não desprovida de riscos à segurança.A película de celuloide, utilizada inicialmente, além de ter decomposição rápida, é altamente inflamável: para que se incendeie, bastam 40ºC, e nem mesmo é necessária a presença de oxigênio. Assim, não era raro os estúdios e ateliês cinematográficos voarem pelos ares. Atualmente na Alemanha, esse material é até mesmo regulado pela lei de explosivos.


Arquivos do Instituto Alemão de Cinema

Trabalho arqueológico

O curador do Festival do Filme Mudo de Bonn, Stefan Drössler, também se ocupa do resgate das películas no Museu do Cinema de Munique. Segundo ele, estima-se que apenas cerca de um décimo da produção total do cinema mudo tenha sobrevivido.

Perdas tão grandes não se devem apenas à composição química do veículo das imagens, mas também ao fato de, durante muito tempo, o filme não ter sido considerado um bem cultural. Como a indústria precisava sempre lançar novas produções, via de regra as películas mais antigas eram irrevogavelmente destruídas, terminadas as exibições.




Película reencontrada sobre a infância do poeta Friedrich Schiller

Todos esses fatores aumentam a felicidade quando ainda se conseguem encontrar, nas coleções e arquivos, tesouros considerados perdidos. A Nova Zelândia é uma fonte frequente para tais achados sensacionais: recentemente pôde ser desencavado lá White Shadow, estreia do mestre Alfred Hitchcock como roteirista.

Devido à grande distância em relação aos outros continentes, o país era geralmente o último na lista das distribuidoras. Muitos rolos ficavam simplesmente esquecidos lá, uma vez que as produções já haviam sido vistas em todo o resto do mundo. E o que sobrava era recolhido e guardado. Desse modo, muitos dos filmes que vêm à tona hoje em dia na Nova Zelândia não são assistidos por ninguém há mais de meio século.

Todos esses fatores aumentam a felicidade quando ainda se conseguem encontrar, nas coleções e arquivos, tesouros considerados perdidos. A Nova Zelândia é uma fonte frequente para tais achados sensacionais: recentemente pôde ser desencavado lá White Shadow, estreia do mestre Alfred Hitchcock como roteirista.

Devido à grande distância em relação aos outros continentes, o país era geralmente o último na lista das distribuidoras. Muitos rolos ficavam simplesmente esquecidos lá, uma vez que as produções já haviam sido vistas em todo o resto do mundo. E o que sobrava era recolhido e guardado. Desse modo, muitos dos filmes que vêm à tona hoje em dia na Nova Zelândia não são assistidos por ninguém há mais de meio século.


Lançamento de versão restaurada de "Metrópolis" fez furor em 2010

Repertório vasto

Como bem sabem os frequentadores do festival em Bonn: o "filme mudo" não era, de fato, mudo. Desde o início, as sessões eram acompanhadas por narradores, pianistas, sonoplastas e orquestras. No Japão, por exemplo, um narrador, o benshi, apresentava a história aos espectadores. Mas também boa parte dos acompanhamentos musicais originais perdeu-se. E quando as partituras não mais estão disponíveis, é preciso compor novas músicas.


Antigas obras são sucesso de massa

De início, o lançamento de um festival inteiramente dedicado ao cinema mudo, dentro do evento veranil Bonner Sommerkino, provocou ceticismo: logo não haverá mais nada de interessante para exibir, diziam alguns. Porém, a concepção continua provando-se bem sucedida: clássicos populares se misturam a perfeitos desconhecidos de todo o mundo, o público retorna com prazer.

"Ainda vamos poder mostrar muito filme mudo", promete Drössler. É bom lembrar: desde seus primórdios, a produção cinematográfica não se restringia à Europa Central e os Estados Unidos: também se filmava avidamente na Ásia, União Soviética e Escandinávia, entre outros lugares. O repertório do evento está longe de se esgotar – para alegria dos espectadores.

Fonte:  Deutsche Welle

19 de ago. de 2011

Novos lançamentos!


Lanterna Verde


Título original: (Green Lantern)
Lançamento: 2011 (EUA)
Direção: Martin Campbell
Atores: Ryan Reynolds, Blake Lively, Peter Sarsgaard, Mark Strong.
Duração: 105 min
Gênero: Aventura

Sinopse: Tropa dos Lanternas Verdes é uma irmandade de guerreiros, na qual cada Lanterna Verde possui um anel que lhe garante superpoderes. Porém, um novo inimigo chamado Parallax ameaça destruir o equilíbrio das forças do Universo e o destino dos guerreiros e do planeta Terra estará nas mãos do primeiro humano a ser selecionado para a Tropa: Hal Jordan.


Onde está a Felicidade?

Título original: (Onde está a Felicidade?)

Lançamento: 2011 (Brasil, Espanha)
Direção: Carlos Alberto Riccelli
Atores: Bruna Lombardi, Bruno Garcia, Maria Pujalte.
Duração: 110 min
Gênero: Comédia Romântica


Sinopse: Até onde você iria para ser feliz? Nessa deliciosa comédia, a chef de cozinha Teodora embarca em uma jornada de descobertas que farão dela uma nova mulher. Crises no amor e na vida profissional a levarão junto com o amigo Zeca e a espanhola Milena à percorrer o Caminho de Santiago de Compostela, cenário ideal para encontros, reencontros e aventuras.


Professora sem classe

Título original: (Bad Teacher)
Lançamento: 2011 (EUA)
Direção: Jake Kasdan
Atores: Cameron Diaz, Justin Timberlake, Lucy Punch.
Duração: 92 minGênero: Comédia

Sinopse: Alguns professores simplesmente não estão nem aí. Por exemplo, há Elizabeth: desbocada, cruel e inapropriada; ela bebe, fica alta e mal consegue esperar para receber seu vale refeição e dar o fora do seu trabalho entediante. Quando ela é abandonada por seu noivo, logo traça um plano para conquistar um professor substituto rico e bonito.


Solidão e fé

Título original: (Solidão e Fé)
Lançamento: 2011 (Brasil)
Direção: Tatiana Lohmann
Atores: Almir Cambra, Fabiano Vieira, Kiko Almeida Prado..
Duração: 89 min
Gênero: Documentário




Sinopse: A vida dos homens que ganham a vida trabalhando como peões em rodeios. Os bastidores dos torneios, a vida dos participantes e a tensão existente entre os peões, ajudantes e juízes pouco antes do animal e sua montaria serem lançados no palco principal.

17 de ago. de 2011

Lançamentos da semana


Super 8

Título original: Super 8
Lançamento: 2011 (EUA)
Direção: JJ Abrams
Atores: Riley Griffiths, Joel Courtney, Elle Fanning, Ryan Lee.
Duração: 112 min
Gênero:Ficção Científica


Balada do Amor e do Ódio 

Título original: (Balada Triste de Trompeta)
Lançamento: 2010 (França, Espanha)
Direção: Álex de la Iglesia Atores: Carlos Areces, Antonio de la Torre, Carolina Bang, Manuel Tallafé. Duração: 107 min
Gênero: Comédia



A Árvore da Vida

Título original: (The Tree of Life)
Lançamento: 2011 (EUA)
Direção: Terrence Malick
Atores: Brad Pitt, Sean Penn, Jessica Chastain, Fiona Shaw.
Duração: 138 min
Gênero: Drama


Dylan Dog e as Criaturas da Noite

Título original: (Dylan Dog: Dead of Night)
Lançamento: 2011 (Estados Unidos)
Direção: Kevin Munroe
Atores: Brandon Routh, Anita Briem, Sam Huntington, Peter Stormare.
Duração: 107 min
Gênero: Aventura 



Transeunte

Título original: (Transeunte)
Lançamento: 2011 (Brasil)
Direção: Eryk Rocha
Atores: Fernando Bezerra, Beatriz Morelli, Luciana Domschke, José Paes de Lira.
Duração: 125 min
Gênero: Drama


Ex Isto

Título original: (Ex Isto)
Lançamento: 2011 (Brasil)
Direção: Cao Guimarães
Atores: João Miguel.
Duração: 86 min
Gênero: Drama